quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mercedes


As mulheres estão conseguindo cada vez mais espaço na sociedade e igualando seus direitos ao dos homens. Hoje mulher compra casa e carro. E por falar em carro, a EcoSport da Ford e o C3 da Citroen são os mais lembrados na mente da mulherada. Tem ainda o Peugeot 206 e o Ford k. Agora, convenhamos, quantas mulheres você já viu comprando um Mercedes?

A marca já esta posicionada no mercado de luxo com foco no público masculino. Verifica-se na peça em que a estrela central da marca é representada por uma calcinha. Pra que dizer mais? Qual a mulher que não vai querer aquele “bonitão” bem resolvido que anda num Mercedes?

Elas não vão querer comprar um carro desses, vão querer um marido ou sair com um homem que tenha um. Aquela calcinha não representa nenhuma feminilidade ao carro, representa a recompensa para quem tem um Mercedes. Machismo? Alguns vão achar que sim. Mas o que se verifica hoje é o retrocesso das idéias que eram pregadas no movimento feminista da década de 60. E as mulheres estão querendo a vida de ladies da década de 50. Fazem questão de voltar ao status de Mrs, pois hoje cada vez mais mulheres estão adotando o nome do marido.

A foto do comercial da Mercedes é machista. Meu comentário que não é. A aceitação da condição de submissa aos homens esta voltando e o mercado publicitário dança conforme a música.

Não posso criticar a genialidade de quem criou um anúncio que remete tão ao certo a situação dos dias atuais. O que critico é a passividade das mulheres com a situação em que a sua imagem se encontra no cenário publicitário.

E depois de tantas conquistas que, apesar de pequenas, são o pontapé para a igualdade, vejo que não existe mais essa vontade de lutar e fazer valer a sua voz. Em entrevista a revista Veja edição especial mulher de 2006, Maureen Dowd, colunista do New York Times disse que “as mulheres preferem se casar com homens mais poderosos que elas e que os homens preferem as subordinadas”.

Entre tantas questões sobre sexualidade e apelo sexual nas propagandas, o que posso dizer é que, moderadamente, pode ser muito feliz, como foi no anúncio acima. E eu, enquanto não ando em nenhum Mercedes, me pego sonhando em quando terei pelo menos um Uno Mile.

2 comentários:

  1. O que dizer das mulheres poderosas sem relacionamentos amorosos?
    O que dizer das mulheres que trabalham durante o dia e, quando chegam em casa, o marido não lavou as louças e não ajudou na criação dos filhos?
    A volta a situação de Amélia é porque as independência feminina garantiu mais obrigações as mulheres. Agora elas precisam ser: bonitas, inteligentes, trabalhadoras, boas mães, boas de cama e mais inúmeras outras qualidades.
    Vocês homens? Humhum... Poucos são os que ajudam nas atividades domésticas. Aliás, nós facilitamos mais a vida de vocês do que a nossa.
    Qual homem sairia com uma mulher que dirige um Mercedes?
    Por isso, é melhor aproveitar o conforto da Mercedes como passageira. Assim, também garantimos um relacionamento amoroso.

    ;)

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  2. Sinceramente considero seu comentário extremamente machista sim. Infelizmente vivemos em uma sociedade em que para que os homens se sintam HOMENS ainda, mesmo que de forma mascarada, submeterem a mulher ao poder privado do lar.
    Assim, mesmo que trabalhemos o dia todo fora, quando chegamos em casa ainda encontramos aquele individuo na frente da TV, vendo futebol e pedindo mais uma cerveja. E pior, ele quer que estejamos sempre perfeitas (olha o eufemismo) para que possa saciar sua sede masculina.
    As conquistas adquiridas por nós mulheres nos movimentos feministas não estão esquecidas, mas penso que para vocês do sexo masculino se sentirem seres importantes, a mulher tem que ser desejada pelos amigos e ter na carteira a sua dependencia. Já saí com muito homem que me diz que se eu ganhasse mais que ele seria um problema. Será onde está o ponto falho? Na mulher que vive em uma sociedade machista ou no homem que só se vê realizado com a submissão da mulher?

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