quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lúbricas

A sublime espera de quem tem
Preso à pele, a carência do sentido
a conquista, o grande feito que advém
me deleito ao teu lado, ensandecido

O suor do nosso corpo que resvala
Em um íntimo convívio arredio
E tangência de luxúria se espalha
Que mantenho num momento de delírio

Me despeço, vou saindo amuado
E você, envolta no lençol da cama
Mão no bolso e entrego o necessário
O dinheiro da garota de programa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mais que a retórica

Não sou bom com palavras. Apesar de tê-las como meu ganha pão, refiro-me as que saem da minha boca. Sou redator. Meus pensamentos não ficam na ponta da língua, mas dos dedos. Talvez por isso perca, em várias oportunidades, a chance de dizer o que é certo ou, pelo menos, apropriado ao momento.

“A vida é curta, mas essa sua saia...” disse o personagem de Luís Fernando Veríssimo, Ed Mort. 1 ano, 3 meses e 26 dias também. Tudo depende do ponto de vista. E o que eles têm em comum? Tanto uma vida, quanto uma saia curta, ou o período que citei, lhe permitem viver experiências únicas e que jamais serão esquecidas.

Tive o prazer de dividir minha vida, por esse momento, com diferentes pessoas com as quais aprendi bastante e, espero, também possa ter ensinado. A lembrança do fato como um todo, esmiuçado, desperta tantos episódios que, creio eu, são indeléveis por infinitas razões e por que não, emoções.

O convívio social não é fácil – sendo ainda melhor que a solidão – e talvez aprimorá-lo seja nosso grande desfio em vida. Raivas? Claro. Alegrias? Muito mais. Desenvolvimento pessoal e profissional? Sem dúvida. Com toda essa bagagem que quero dar um passo adiante na vida e ver o que ela me reserva. Já disse um dos metres da publicidade, David Ogilvy, que “a mudança é o nosso sangue vital. A estagnação é o nosso canto fúnebre”. Se ele está certo eu não sei. Mas quem ousa dar certeza em uma ciência tão incerta como a comunicação?

Nada na vida é garantido ou predeterminado. Para alguém tão cético quanto eu, talvez esse mistério seja a força motriz que faz essa jornada valer a pena. Nesse caminho eu vou seguindo, tentando, na medida do possível, absorver tudo que valha e fortalecer para tudo o que ainda vem.

O que é certo é que vou continuar - sem a perspicaz retórica que ainda almejo - buscando cada vez mais. Não vou cruzar os dedos para que dê sorte. Eles me são mais úteis soltos, afinados e afiados. Isso é o que eu penso. Você não ouve de mim, mas pode ler por aqui.